quinta-feira, 2 de novembro de 2006

Brasileiros a 1/2

A comunidade brasileira na Ericeira está reduzida a metade.

O autarca Joaquim Casado revelou à RCM que “dos cerca de dois mil e 500 cidadãos brasileiros residentes na freguesia, há dois anos, metade regressou ao país de origem”.

Casado garante, ainda, que conseguiu reduzir em cerca de 50 por cento as situações de carência económica e social dos que permanecem na Ericeira.

“Com a campanha do agasalho, da alimentação e com o apoio que damos à legalização, já ultrapassámos em mais de 50 por cento as situações mais graves”, revela.

Actualmente, os casos prioritários prendem-se com situações de doença: “São pessoas doentes que estão numa situação de grande debilidade e não podem trabalhar, e nós damos ajuda alimentar e mesmo ao nível dos transportes, para que possam fazer as respectivas análises clinicas”.

Outra frente deste trabalho implica igualmente o apoio ao alojamento: “As pessoas, não trabalhando, não têm dinheiro para pagar a renda da casa”, justifica.

Na opinião de Joaquim Casado, a integração destes imigrantes “é mais um dos trabalhos da junta. Queremos ajudar essas pessoas para que elas passem a ter a sua dignidade e o seu trabalho”

“Tenho casos de algumas que na hora de regressarem ao seu país, vêm ter comigo agradecer tudo aquilo que eu fiz”, conta, emocionado.

Ainda na opinião de Joaquim Casado, a principal dificuldade em prestar apoio a estes imigrantes é a situação de ilegalidade da maioria deles que, observa, “não têm documentos”. Mas, salienta, “as pessoas têm que viver e aqui encontram sempre uma porta amiga”.

Esta mesma porta voltou a abrir-se ao início da semana para atender mais um pedido de ajuda com sotaque brasileiro.

A Rute chegou à Ericeira há cinco meses com a mãe de 68 anos e o pai de 70, ainda não encontrou emprego e na manhã de terça-feira dirigiu-se à Junta de Freguesia para solicitar a intervenção de Joaquim Casado.

Dirigindo-se ao autarca, atirou: “O senhor já arranjou algum trabalho para mim?”, ao que Casado respondeu: “Já diligenciei junto de comerciantes da Ericeira meus amigos para me facultarem os documentos necessários para tratar da sua legalização, que é o principal”.

Reagindo à vontade manifestada pela Rute, que não perde a esperança de conseguir finalmente encontrar um emprego, e trabalhar, Joaquim Casado salienta que aqui reside a mais-valia destes imigrantes para a economia da Ericeira que, de contrário, teria muita dificuldades em obter mão-de-obra:

“Onde é que há mão-de-obra portuguesa que queira trabalhar? Infelizmente, há muita gente em Portugal que vive do desemprego. Eu, aqui na junta de freguesia, bem como os empresários da hotelaria e da restauração temos que recorrer aos imigrantes”.

E referindo-se à integração dos imigrantes na comunidade local: “Foi uma força de trabalho que apareceu e não tem criado problemas complicados, a não ser alguns casos pontuais. Mas são casos de quem vem de um estrato social e de um país diferente, e que aos poucos estão começar a enraizar-se na comunidade”.

Fonte: RCMafra (Com comentários à noticía no link)

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